3 de fev. de 2013

E a crítica de hoje é...

João e Maria - Caçadores de Bruxas (2013)









Título Original: Hensel and Gretel: Witch Hunters

Direção: Tommy Wirkola

Produção: Will Farrell
                 Beau Flynn
                Chris Henchy
                Adam Mckay
                Kevin J. Messick


Roteirista: Tommy Wirkola
                
Elenco Principal:  Jeremy Renner - João
                           Gemma Arterton - Maria
                           Famke Janssen - Muriel
                           Pihla Viitala - Mina
                           Derek Mears - Edward
                           Robin Atkin Downes - Voz do Edward
                           Peter Stormare - Xerife Berringer
                           Rainer Bock - Prefeito Engleman

Se for pra adaptar um conto de fadas pra "terror/suspense/ficção/magia", então que faça bem feito por favor!

Com maquiagens que seriam dignas de uma criança de 4 anos com canetinhas coloridas e efeitos especiais que parecem feitos com o mínimo de cuidado pra parecer "real", João e Maria bateu recordes das bilheterias nacionais. Ok, eu entendo, o trailer é de um trabalho incrível para fazer com que você tenha vontade de ir ao cinema, porém, o resto do roteiro deixa a desejar.

A primeira coisa que começa errando no filme é a tática de usar a "história original" pra dar uma introdução. Os primeiros 5 minutos são totalmente dispensáveis. João e Maria matam sua primeira bruxa, e é só... Se passam anos e nem trauma eles tem? Como assim produção? Pode isso? Fora isso, mostra Maria um linda mulher, durona até a alma e violenta, o que deixa João com a característica máscula de "carregador de armas".

Bruxas de todos os tipos aparecem nesse filme, no meio de mistério, perseguições, sequestro de crianças... O que me deixou extremamente desapontada foi o nível das maquiagens. A pintura das faces delas é digno de Xuxa Produções. Qualquer mulher com delineador e pó compacto faria a maquiagem da bruxa principal, Muriel. Que por sinal é a reencarnação feia da Jean Gray/Fenix  de X-Man. É a mesma atriz, mas poxa, muda um pouco o estilo da sua atuação.



Outro ponto crucial nesse enredo horrendo são os voos de vassoura, o que deixa a bruxa de Pica-pau ("E lá vamos nós"), num pedestal! Não entendi o que o que o diretor pensou na hora de deixa-las voando por mais uns metros depois de sair da vassoura. E pra que varinhas??? Harry Potter lançou a moda das varinhas para bruxos, mas vocês estão adaptando um conto infantil em que as bruxas soltavam "magia" dos dedos. Menos um ponto.

O romance entre João e a "Bruxa Branca" (que merda de termo heim) é inútil em toda trama. Essa cena de amor entre eles só serve pra deixar as pessoas do cinema falando ÓÓÓHH para a bunda da Mina. Sim, existe nudez nesse filme, o que é espantoso prum filme com classificação livre. Falando em classificação, levar crianças pra ver litros de sangue falso, mutilações e decapitações não é lá um ótimo programa de família.

João e sua munição da segunda guerra mundial numa carroça também é incrível. Armas que foram inventadas no século 20 como a .50 aparecem no conto de fadas em que nem luz existia. Maria tem uma besta automática. que dispara flechas infinitas. Armas, num conto de fadas de 1800 e fumacinhas? Acho que não heim. 

Um acerto, piadinha de mal gosto com Crepúsculo. O troll (por que tem um troll nesse filme?) se chama Edward (risos). Imagine, um troll gigante, gordo, com lábio leporino, que se chama Edward, eles nem quiseram fazer piada né? O que é bonitinho, porque o troll é um ser "doce" que ajuda as bruxas.



O abuso do 3D é nojento. Virou clichê fazer pedaços de carne, flechas, destroços, balas e todo o tipo de objeto arremessável vir na direção do público. O que deixa o filme meio sujo. É como se eles estivesse desesperados por mostrar os efeitos que conseguem fazer com a câmera. O figurino até que me deixou confortável. Caracterizaram bem os atores, bem como as locações das gravações. Apesar de achar que o filme foi gravado na floresta de Forks.

Reparem nisso, em uma das tomadas aéreas mostra perfeitamente o inicio de todos os filmes da saga crepúsculo. A floresta de Forks. A vila que sofre os ataques é saída dos estúdios em que gravaram Irmãos Grimm, dá pra reparar as coincidências, como o poço central, a prefeitura... Ou seja, esse filme da um show de reciclagem.

Porém o filme é intenso, pulsante. As cenas de perseguição, lutas, pancadaria são até que divertidas, fazendo com que dê pra ficar sentada no cinema vendo o final do filme, que de original não tem nada. Esperarei um pouco mais de João e o Pé de Feijão, que já começou errando no nome: Jack, matador de gigantes. 



Cíntia Rocha



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